
Nesta quarta-feira (16), o Ministério de Minas e Energia deve anunciar uma decisão sobre o possível retorno do horário de verão no Brasil. O ministro Alexandre Silveira, em coletiva prevista para o início da tarde, detalhará as deliberações, além de apresentar um balanço das ações da força-tarefa para o restabelecimento da energia em São Paulo e na região metropolitana. A discussão em torno do horário de verão, suspenso desde 2019, ganhou força após o ministro afirmar que, caso haja risco energético, a volta da medida será priorizada. "Se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão", disse Silveira na última sexta-feira (11).
Em Brumadinho, o assunto divide opiniões entre os moradores, refletindo o debate que ocorre em todo o país. Alguns defendem o retorno da medida como forma de economia de energia, enquanto outros acreditam que o horário de verão causa desconforto e não traz benefícios práticos.
José Oliveira, comerciante de 45 anos, é um dos que se mostram favoráveis à volta do horário de verão. Para ele, a medida ajuda a economizar energia e favorece o comércio. “Eu sou a favor. A gente economiza mais luz, e as pessoas saem mais de casa no final da tarde, o que aumenta o movimento no comércio. Além disso, dá para aproveitar o dia por mais tempo”, afirma José, que se recorda dos anos em que a medida era implementada.
Por outro lado, a professora Maria Clara Silva, de 37 anos, é contra o retorno da medida. Para ela, a mudança no horário altera sua rotina de forma negativa, principalmente nos meses de verão, quando as manhãs começam mais escuras. “Eu não gosto do horário de verão. Para quem acorda cedo, como eu, fica muito difícil. Você sai de casa de madrugada, o corpo demora a se adaptar, e no final das contas, a economia de energia não compensa o desconforto que ele traz”, diz Maria Clara, destacando que muitos profissionais da educação e da saúde compartilham de sua opinião.
O possível retorno do horário de verão reacende o debate sobre os impactos reais da medida no consumo de energia e na rotina da população. Durante os anos em que esteve em vigor, a mudança foi defendida como uma maneira de otimizar o uso da luz natural no final do dia, especialmente em tempos de crise energética. No entanto, estudos mais recentes apontam que a economia de energia gerada pela mudança nos horários tem sido cada vez menos significativa, devido às novas tecnologias de iluminação e ao maior uso de aparelhos eletrônicos.
Enquanto a decisão final não é anunciada, moradores de Brumadinho e de outras partes do país aguardam a definição com opiniões divididas. De um lado, estão aqueles que enxergam o horário de verão como uma medida útil para evitar problemas energéticos em meio a um cenário de escassez. Do outro, estão aqueles que acreditam que os efeitos negativos sobre o sono e a rotina diária não justificam sua volta.
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