Hoje é um dia especial, um dia para conscientização, respeito e inclusão. Enquanto o mundo celebra o Dia Mundial da Síndrome de Down, quero compartilhar uma história que exemplifica perfeitamente o que esses valores significam na prática. Uma história sobre um amigo querido, Dudu.
A síndrome de Down, uma condição genética causada pela trissomia do cromossomo 21, afeta cerca de 300 mil brasileiros. É importante lembrar que não se trata de uma doença, mas sim de uma característica genética. No entanto, isso não significa que essas pessoas não enfrentem desafios. Problemas cardíacos, deficiências auditivas e outras questões de saúde podem ser comuns, mas não definem quem são esses indivíduos.
Conheci Dudu em circunstâncias diferentes, quando fui trabalhar em Barra Longa, cidade que fica a 180 km de Brumadinho. Ele era uma figura conhecida na cidade, um gigante em coração e espírito. Com síndrome de Down, Dudu mostrou ao mundo que ser diferente não é uma limitação, mas sim uma oportunidade de brilhar de maneira única.
Dudu era apaixonado por futebol, especialmente pelo seu time do coração, o Cruzeiro. Todos os dias, ele saía pelas ruas de Barra Longa vestindo as cores do seu time - vez ou outra utilizava uma camisa do Canto do Rio FC, presente que havia ganhado de uns amigos daqui da cidade -, irradiando alegria e espalhando amor por onde passava. Sua presença era marcante, e todos na cidade o conheciam e o amavam.
Fisicamente, Dudu era fácil de descrever: baixo para médio porte, com um sorriso contagiante e sempre carregando consigo uma caixinha de mini craques da Coca-Cola, seus adorados bonecos de futebol. Mas era sua personalidade que realmente o destacava. Dudu não via maldade no mundo, apenas amor e alegria. Sua mente brilhante decifrava o mundo ao seu redor de uma maneira única, e sua memória para datas de jogos de futebol era impressionante.
Convivi com Dudu por dois anos, durante os quais compartilhamos risadas, conversas e momentos inesquecíveis. Ele me ensinou lições valiosas sobre inclusão, aceitação e amor incondicional. Ele me incluiu em sua vida e me mostrou que a verdadeira beleza reside na diversidade.
Infelizmente, em julho de 2022, Dudu partiu. Sua partida deixou um vazio em nossos corações, mas seu legado de amor e inclusão continua vivo. Ele nos ensinou que, independentemente das nossas diferenças, todos merecemos ser tratados com dignidade e respeito.
À medida que celebramos o Dia Mundial da Síndrome de Down, é crucial lembrar a importância da inclusão e do respeito pela diversidade. Dudu personificou esses valores em sua vida, e devemos honrar sua memória seguindo seu exemplo. Vamos nos esforçar para criar um mundo onde todos, independentemente de suas habilidades ou características, se sintam valorizados e incluídos.
Hoje, eu celebro Dudu e todos os indivíduos extraordinários que têm síndrome de Down. Eles nos ensinam lições de amor, aceitação e resiliência que nunca esqueceremos. Que este Dia Mundial da Síndrome de Down seja um lembrete de que a inclusão é fundamental para construir um mundo melhor e mais compassivo para todos.
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Talles Costa
Editor-chefe do Portal Independente Jornalista Esportivo e Político
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