Casos de diagnósticos errados na UPA de Brumadinho geram indignação e pedidos de fiscalização

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Moradores de Brumadinho têm expressado preocupação com o atendimento prestado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, após uma série de relatos sobre diagnósticos equivocados e procedimentos questionáveis. Casos reforçam as críticas e levantam dúvidas sobre a eficiência do serviço de saúde local, trazendo à tona a necessidade de fiscalização e melhorias urgentes para garantir segurança e atendimento adequado à população.

Um mesmo brumadinhense obteve diagnósticos errôneos por duas vezes. Em janeiro de 2022, o idoso, morador de Brumadinho há mais de 70 anos, passou mal e apresentou sintomas que indicavam um possível acidente vascular cerebral (AVC). Diante da gravidade da situação, familiares acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que o levou à UPA do município. No entanto, mesmo com sinais compatíveis com AVC, o diagnóstico inicial foi de labirintite, e ele foi liberado para casa. Desconfiados da avaliação, os familiares decidiram levá-lo ao Hospital Mater Dei, em Betim, onde exames confirmaram que ele realmente havia sofrido um AVC e, pior, que outros dois episódios ocorreram enquanto ele estava sob atendimento na UPA. Como consequência da demora no diagnóstico e no tratamento adequado, o paciente precisou ser internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI), com risco de sequelas graves.

Mais de dois anos depois, no último sábado, 15 de março de 2025, o mesmo idoso voltou a precisar dos serviços da UPA de Brumadinho, após sofrer uma queda de uma altura aproximada de dois metros. Com fortes dores, ele foi atendido na unidade, passou por exames e recebeu alta com a informação de que não havia fraturas. No entanto, o sofrimento persistiu, levando a família a buscar novamente o Hospital Mater Dei. Lá, os exames revelaram um quadro muito mais grave: o idoso tinha 15 costelas fraturadas, sendo seis de um lado e nove do outro. A diferença entre os diagnósticos levantou ainda mais questionamentos sobre a qualidade da assistência prestada na unidade de saúde do município.

Casos semelhantes ao do idoso têm sido relatados por outros moradores de Brumadinho, ampliando as críticas ao atendimento da UPA. Relatos incluem diagnósticos equivocados de pacientes com infarto tratados como gastrite, pneumonias confundidas com gripe, erros na medicação de diabéticos e até mesmo um paciente com sangramento nasal intenso que foi liberado com um simples pedido de exame de sangue para ser feito após uma semana. Tais situações evidenciam o temor de que outras pessoas possam estar recebendo tratamentos inadequados, muitas vezes sem ter a quem recorrer ou sem condições de buscar uma segunda opinião em hospitais particulares.

Diante desse cenário, familiares de pacientes afetados e moradores da cidade cobram maior fiscalização sobre o funcionamento da UPA de Brumadinho, reivindicando um atendimento mais qualificado, com profissionais capacitados e estrutura adequada para evitar novos casos de diagnósticos errôneos. A preocupação maior recai sobre os cidadãos mais humildes, que não têm condições de buscar alternativas e precisam confiar plenamente nos serviços públicos de saúde.

A insatisfação crescente reforça a necessidade de providências urgentes por parte das autoridades responsáveis, para garantir que a população de Brumadinho tenha acesso a um atendimento médico eficiente, digno e seguro, sem que a busca por assistência represente um risco ainda maior para a saúde dos pacientes.