
Seis anos se passaram desde o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho. O tempo avançou, mas as marcas daquele 25 de janeiro de 2019 permanecem. Não há quem viva na região e não se lembre exatamente onde estava naquele momento. O desastre não foi apenas uma tragédia ambiental; foi uma ferida aberta na vida de centenas de famílias que perderam seus entes queridos de forma abrupta e irreparável.
A poeira da lama secou, mas as perguntas continuam sem resposta definitiva. Quem paga por um crime dessa magnitude? As investigações avançam, os processos seguem em trâmites burocráticos, mas a sensação de impunidade persiste. Empresas e autoridades se revezam em discursos sobre reparação, enquanto familiares seguem cobrando justiça para aqueles que se foram.
O cenário de Brumadinho mudou. A cidade, que antes era associada à tranquilidade do interior mineiro, tornou-se um símbolo de luta. Entre memoriais e homenagens, há um esforço contínuo para que a tragédia não caia no esquecimento. A lama pode ter levado vidas, mas não pode levar a memória e a verdade.
A sociedade, por sua vez, também tem um papel essencial. Afinal, qual o preço da negligência? Até quando grandes corporações poderão operar sem a devida fiscalização e responsabilidade? A tragédia-crime em Brumadinho não foi um acaso do destino, mas um reflexo de decisões tomadas sem a devida consideração pelo risco que representavam.
Seis anos depois, as cicatrizes ainda estão visíveis, seja nas paisagens alteradas, seja nas famílias que tentam seguir em frente. O luto foi transformado em resistência, e a dor, em reivindicação. A maior tragédia humana da mineração brasileira não pode ser apenas mais um capítulo na história; precisa ser um ponto de virada para que tragédias como essa jamais se repitam.
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