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Brumadinho recebe exposição itinerante sobre cultura indígena e afro-brasileira

  • Foto do escritor: Talles Costa
    Talles Costa
  • 30 de mai.
  • 3 min de leitura
Foto - VALE S/A
Foto - VALE S/A

Brumadinho recebe, a partir do dia 5 de junho, a exposição itinerante “Oriará – Arte e Educação em Movimento”, que propõe uma profunda reflexão sobre as heranças indígenas e afro-brasileiras, aproximando a comunidade local de obras contemporâneas de artistas de diversas regiões de Minas Gerais. A mostra estará instalada na Praça Orides Prado Parreiras, em uma carreta de 15 metros de comprimento especialmente adaptada para o transporte e a exibição das peças, ficando aberta à visitação até o dia 15 de junho. A abertura será marcada por uma apresentação do concerto Mineiridades, do Programa Vale Música Brumadinho, fortalecendo ainda mais o vínculo entre o projeto e os moradores da cidade.

A iniciativa faz parte do Memorial Vale Itinerante, um projeto que, durante a renovação da sede do Memorial Minas Gerais Vale, leva cultura, arte e educação a diversos municípios do estado. A exposição já passou por cidades como Belo Horizonte, Congonhas, Jaíba, Itabira, São Gonçalo do Rio Abaixo e Barão de Cocais, e ainda seguirá para Nova Lima e Belo Vale. Em Brumadinho, a presença de “Oriará” representa não apenas uma oportunidade de acesso gratuito à cultura, mas também uma valorização das expressões artísticas que dialogam com a ancestralidade e a identidade coletiva mineira, aspectos muito presentes na vivência da população local.

Com curadoria do Programa Educativo do Memorial Vale, a mostra estabelece três eixos temáticos: Cotidianos, que aborda modos de viver e interagir com o meio; (Re)Existências, que discute estratégias de permanência e resistência cultural; e Futuros, que convida a imaginar possibilidades de transformação a partir da ancestralidade. Esses pontos norteiam tanto as obras apresentadas quanto as atividades educativas programadas para ocorrer na cidade durante o período da exposição.

Entre os artistas participantes, destaca-se Edgar Kanaykõ Xakriabá, que utiliza a fotografia para expressar os rituais e a vida cotidiana de seu povo, e a Aldeia Escola Floresta Maxakali, que apresenta uma animação digital sobre as práticas agrícolas e os desafios ambientais enfrentados por sua comunidade. Outros nomes importantes são Froiid, que evoca brincadeiras populares como forma de resistência cultural; Marcel Dyogo, com uma instalação que denuncia o apagamento das comunidades indígenas; Dayane Tropicaos, cuja obra discute raça, gênero e classe a partir de uniformes de trabalho; e Jorge dos Anjos, que entrelaça pintura, escultura e design com referências afro-brasileiras.

Um dos destaques interativos da exposição é o “Varal dos Saberes”, onde o público poderá refletir sobre questões propostas pela curadoria e explorar um mapa digital que evidencia a ocupação territorial dos povos indígenas e quilombolas em Minas Gerais. A proposta é não apenas apresentar obras, mas criar espaços de diálogo e aprendizado sobre a diversidade cultural que moldou a história mineira e brasileira.

“Ori” significa “cabeça” no idioma Yorubá e é a raiz etimológica da palavra “Orixá”, enquanto “Ará”, segundo o Tupi-Guarani, pode ser traduzido como dia, sol ou ser vivente. A união desses significados inspira o conceito da mostra: um convite à reflexão sobre identidade, pertencimento e existência, com foco nas tradições e saberes dos povos afro-brasileiros e indígenas. A proposta busca criar um ambiente de encontro e diálogo, muito alinhado ao perfil cultural de Brumadinho, cidade que já se destaca por receber importantes eventos de arte contemporânea e que mantém forte relação com a natureza e com práticas tradicionais.

O Memorial Minas Gerais Vale, responsável pela iniciativa, integra o Instituto Cultural Vale e faz parte do Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Desde sua inauguração, em 2010, já recebeu mais de 1,5 milhão de visitantes e realizou mais de 3 mil eventos. Atualmente, o espaço passa por uma ampla renovação, que inclui melhorias na acessibilidade e a adoção de uma nova proposta museográfica, visando maior interação com o público e valorização da história e cultura mineiras.

Com a realização de “Oriará – Arte e Educação em Movimento” em Brumadinho, o Memorial reforça seu compromisso com a difusão de conhecimento e o fortalecimento de laços culturais, promovendo experiências transformadoras para moradores e visitantes. A visitação é gratuita e estará aberta de terça a sexta-feira, das 8h às 16h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.


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