Brigas, sujeira e medo: comerciantes relatam crise com pessoas em situação de rua em Brumadinho
- Talles Costa
- 5 de mai.
- 2 min de leitura

A presença crescente de moradores de rua na área central de Brumadinho tem provocado preocupação entre comerciantes e moradores, que relatam problemas relacionados à sujeira, insegurança e conflitos. Além de dormirem nas portas das lojas e utilizarem o espaço público para consumo de drogas e bebidas alcoólicas, esses indivíduos têm protagonizado cenas de violência e degradação urbana, causando medo e transtornos para quem frequenta a região. Enquanto os lojistas se desdobram diariamente para limpar as calçadas, a Prefeitura promete a criação de um serviço de abordagem social para enfrentar a situação.
Segundo relatos, muitos dos moradores em situação de rua possuem família e residência fixa, inclusive em bairros de Belo Horizonte, como o Floresta. Ainda assim, preferem permanecer em Brumadinho, onde o consumo de entorpecentes e a facilidade de circulação parecem contribuir para o agravamento do problema. Comerciantes afirmam que tentativas de buscar auxílio junto à Polícia, à Prefeitura e a outros órgãos competentes não surtiram efeito até agora.
Os impactos diretos são visíveis: urina e fezes nas portas dos estabelecimentos, restos de comida, garrafas quebradas e sujeira generalizada obrigam os comerciantes a arcarem, todos os dias, com despesas de produtos de limpeza como cloro, sabão e água sanitária, para manterem as portas de suas lojas minimamente higienizadas. Durante a noite, o clima de insegurança aumenta. Há relatos de tumultos e abordagens agressivas a pedestres, especialmente nas proximidades da rodoviária, onde recentemente uma briga entre moradores de rua, envolvendo pedras, facas e pedaços de madeira, assustou quem estava no local.
Em resposta à situação, a Prefeitura de Brumadinho reconheceu, por meio de uma resposta ao Portal Independente, que o município não possui, historicamente, serviços estruturados de abordagem social ou políticas públicas voltadas para pessoas em situação de rua. Esse cenário, segundo a administração municipal, se agravou com o aumento da população na cidade, motivado pelo cadastramento para obtenção do título de eleitor e pelo recebimento de auxílios financeiros vinculados à tragédia da Vale.
Ainda conforme a Prefeitura, para enfrentar o problema, será implementado em breve o Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), que visa ofertar suporte a essa população e promover encaminhamentos adequados. Enquanto isso, moradores e comerciantes seguem convivendo diariamente com os desafios impostos pela falta de estrutura adequada para lidar com a situação.
O Portal Independente segue acompanhando o caso e continuará dando voz às demandas da comunidade brumadinhense.
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