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Aquisições da Vale geram transformações em comunidades

Foto do escritor: Redação Portal IndependenteRedação Portal Independente
Foto - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Cinco anos se passaram desde o rompimento da barragem da Vale, e as comunidades mais próximas da região afetada refletem as mudanças substanciais resultantes da aquisição de imóveis pela mineradora. Quem visita essas áreas depara-se com uma paisagem marcada por terrenos e casas agora propriedade da Vale, identificados por placas que alertam: "Propriedade particular. Proibida a entrada de pessoas não autorizadas."

O número exato de terrenos e casas adquiridos pela Vale não foi fornecido pela mineradora, mas relatos de moradores indicam que a quantidade é expressiva. No Parque da Cachoeira, próximo ao ponto onde os rejeitos atingiram o Rio Paraopeba, cerca de 180 casas e terrenos foram vendidos para a Vale, segundo relatos locais. No Córrego do Feijão, em algumas ruas, as placas de propriedade da Vale superam as residências sem essa identificação.

A Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), entidade escolhida pelos próprios afetados para prestar assessoria técnica, destaca que, embora não acompanhe as negociações individuais, é fundamental esclarecer que a compra de imóveis pela Vale não substitui a indenização de danos. A entidade ressalta que o dano ao imóvel, à estrutura e ao terreno deve ser indenizado pela Vale, independentemente da compra.

Segundo a Vale, a indenização das propriedades em Parque da Cachoeira e Córrego do Feijão segue critérios estabelecidos em termo de compromisso firmado com a Defensoria Pública de Minas Gerais. Entretanto, o destino das casas adquiridas permanece incerto, com a mineradora afirmando que está em andamento um estudo para avaliar o uso futuro desses imóveis, levando em consideração as demandas e características da região.

O acordo entre a Defensoria Pública e a Vale definiu critérios e valores para as indenizações dos afetados que aderiram ao termo. Contudo, essa abordagem gerou divergências, com algumas entidades que representam os afetados e o Ministério Público de Minas Gerais defendendo uma negociação coletiva em vez de acordos individuais.

Na ultima quinta-feira (25), a tragédia completou cinco anos, e a Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum) coordenou uma série de eventos para marcar a data. Em Córrego do Feijão, uma moradora observa transformações na comunidade, com investimentos da Vale melhorando a infraestrutura local, mas ressalta que os aluguéis aumentaram após a valorização dos imóveis.

O casal João Moreira do Carmo e Vera Lúcia Barcelos do Carmo, moradores que permaneceram em Parque da Cachoeira, destaca o crescimento de conflitos familiares com as indenizações, evidenciando que muitas pessoas não estavam preparadas para lidar com a situação.

Cinco anos após a tragédia, as comunidades afetadas continuam a enfrentar desafios, não apenas na reconstrução física, mas também na reorganização social e familiar. O legado do rompimento da barragem em Brumadinho permanece, e as transformações nas áreas atingidas continuam a moldar a vida das pessoas afetadas por essa tragédia.

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