
Em parceria com a UFMG, a AMIG iniciou um estudo pioneiro para analisar o custo de vida em cidades mineradoras e não mineradoras, com o objetivo de fornecer dados que possam fundamentar políticas públicas mais justas e acordos de compensação equilibrados entre empresas e o poder público. A pesquisa, que utilizará uma metodologia robusta com a coleta de dados primários e secundários em seis cidades – três delas com forte presença da mineração e três sem essa atividade – busca compreender os impactos diretos da mineração no cotidiano urbano. Os resultados serão processados com o uso de softwares estatísticos e divulgados em relatórios detalhados, tanto em formato digital quanto impresso, com apresentações orais aos gestores municipais para orientar futuras decisões.
O estudo destaca que, em cidades onde a mineração exerce grande influência, há uma elevação significativa do custo de vida, tornando itens essenciais, como moradia e transporte, inacessíveis para boa parte da população. Esse fenômeno contribui para o aumento da desigualdade social e coloca pressão sobre a infraestrutura e os serviços públicos locais, criando um cenário de desafios que afeta diretamente a qualidade de vida dos cidadãos. Em contrapartida, nas cidades não mineradoras, os efeitos tendem a ser menos pronunciados, o que pode servir de base para comparações que ajudem a desenvolver estratégias de compensação mais equilibradas.
Além de oferecer uma visão detalhada dos impactos econômicos e sociais, o estudo pretende servir como ferramenta para que gestores municipais possam identificar as áreas mais críticas e direcionar investimentos e melhorias na infraestrutura. Em Brumadinho, onde a mineração é uma atividade marcante, os brumadinhenses podem se beneficiar dos resultados da pesquisa, pois eles poderão ajudar a embasar políticas que busquem mitigar os efeitos negativos da mineração, garantindo condições mais equitativas para a população.
A iniciativa também tem o potencial de fortalecer o diálogo entre empresas e poder público, contribuindo para um modelo de desenvolvimento que leve em consideração a sustentabilidade econômica e social das regiões afetadas pela atividade mineradora. Ao oferecer dados confiáveis e análises aprofundadas, o estudo propõe um caminho para que as negociações futuras sobre compensação e investimento público sejam baseadas em informações precisas e transparentes.
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