No quinto aniversário da promulgação da lei "Mar de Lama Nunca Mais", que proibiu a construção de barragens a montante em 2019, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) divulgou um relatório sobre o estado atual dessas estruturas no estado. Apesar dos avanços na descaracterização, ainda existem desafios e riscos, e a comunidade de Brumadinho, especialmente sensível após a tragédia de 2019, acompanha de perto as medidas de segurança adotadas.

O MPMG revelou que existem atualmente 38 barragens de rejeitos em Minas Gerais que deverão ser descaracterizadas até 2035, conforme estabelecido pela lei. Dessas, três estão classificadas como de alto risco para rompimento: Forquilha 3, Sul Superior e Serra Azul. Vale ressaltar que, segundo as autoridades, essas barragens estão em processo de estabilização, e medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança da população.

Apesar do prazo inicial para a descaracterização ter sido fevereiro de 2022, apenas 16 barragens foram desmontadas até o momento. O MPMG enfatiza que muitas empresas estão cumprindo seus compromissos, e aquelas que não o fizeram estão em processo de descaracterização. O procurador-geral do Estado, Jarbas Soares Júnior, destaca a importância de evitar medidas abruptas que poderiam aumentar os riscos, enfatizando a necessidade de um processo gradual e seguro.

Para garantir transparência e informar a população sobre o processo de desmontagem, o MPMG lançou um portal com informações detalhadas sobre todas as barragens de rejeitos em Minas Gerais. O site oferece dados sobre localização, fases de descaracterização e prazos para conclusão do desmonte. O objetivo é proporcionar uma visão clara do andamento das ações e reforçar o compromisso com a segurança.

À medida que Minas Gerais marca cinco anos da lei que alterou o cenário das barragens no estado, a população de Brumadinho e áreas circunvizinhas permanece vigilante e atenta aos esforços para garantir a segurança das barragens existentes. O compromisso das autoridades em fornecer informações transparentes e manter a fiscalização contínua é crucial para restaurar a confiança da comunidade e assegurar que eventos trágicos do passado não se repitam.